Open banking será uma realidade no Brasil em breve. Em novembro, começa a primeira fase de implementação desse novo ecossistema, que deve revolucionar o sistema bancário e a maneira como lidamos com produtos e serviços financeiros.
Esse movimento vai criar uma forma padronizada de comunicação entre as instituições financeiras e permitir que os clientes escolham com quem querem compartilhar seus dados – poderão comparar produtos e serviços dos bancos, fintechs e cooperativas e escolher aquele que mais gostam, ou fazem sentido.
Por isso, o Open Banking vai aumentar muito a competição no setor financeiro e tende a diminuir taxas e juros para o consumidor.
Veja mais: O que é Open Banking?
Os debates sobre a padronização técnica desse novo ecossistema estão acontecendo neste momento – e envolvem as instituições financeiras e o Banco Central. No dia 6 de julho de 2020, o Nubank publicou um documento aberto com uma proposta de como essa arquitetura deve funcionar para criar um ambiente verdadeiramente competitivo e seguro.
Abaixo, Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, fala sobre o futuro desse novo ecossistema.
O que as pessoas podem esperar do Open Banking?
O Open Banking é o futuro do sistema financeiro. Vai dar ao cliente muito mais controle sobre o que quer fazer com seus dados e seu histórico financeiro – e, justamente por isso, vai criar mais competição e aumentar a oferta de serviços. E é importante dizer que os detalhes de como esse sistema vai funcionar no Brasil ainda estão sendo construídos – e essas decisões técnicas, de arquitetura da informação, vão ser fundamentais para definir o quão seguro, transparente e democrático o Open Banking vai ser.
Como o Nubank enxerga o Open Banking?
A gente vem estudando esse conceito há mais de dois anos. Temos times especializados e engenheiros dedicados a preparar toda a plataforma para a infraestrutura em 2020. A nossa visão é de que Open Banking será para o setor financeiro o que a internet significou para as comunicações e o comércio. Esse novo ecossistema vai aumentar dramaticamente a competição – e isso é ótimo para os consumidores. A tendência é que os juros caiam e as pessoas tenham mais escolha e mais liberdade para contratar produtos e serviços. E tem um enorme potencial para democratizar o acesso a serviços bancários – aumentar a bancarização no país.
Quais são os pilares de Open Banking que o Nubank defende?
A gente publicou um documento detalhando os princípios do Open Banking do ponto de vista técnico. Em primeiro lugar, o foco deve ser sempre o cliente: em tornar a sua experiência simples, ágil e acima de tudo segura. O cliente precisa ter controle total sobre as permissões que decide dar – e revogar. É preciso encontrar formas rápidas de comprar novos produtos e meios simples de desligar-se deles quando quiser.
Segurança também é chave para o sucesso. Um sistema vulnerável a ataques perde a confiança do público. Alguns mercados estrangeiros (que já estão em outro estágio de Open Banking) só evoluíram a questão da segurança depois de implantarem o sistema de comunicação. Nós achamos que é mais barato montar o sistema já pensando na segurança, e partir de algo que já seja seguro do ponto de vista da arquitetura. Além de mais robusto, esse modelo é mais barato porque não exige retrabalho depois para implementar esses protocolos.
Definição de custos é um ponto super importante. Para realmente nivelar a competição, o sistema de comunicação precisa ser de baixíssimo custo, até porque provavelmente algumas instituições vão repassar o custo para o cliente. É preciso garantir que a troca de informações ocorra com custo marginal zero ou próximo de zero. Isso que vai garantir a competição e a entrada de novos participantes. Se tiver um pedágio enorme, ninguém vai querer adotar a plataforma.
Veja mais: Quais devem ser os pilares do Open Banking no Brasil?
Todas essas questões estão sendo debatidas agora. A proposta que o Nubank apresentou procura detalhar a arquitetura ideal para que o Open Banking tenha realmente impacto na vida das pessoas e torne os serviços financeiros mais baratos e eficientes.
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