Governança é uma temática cada vez mais comum no mundo dos negócios, mas ainda parece algo restrito às grandes corporações, certo? Errado! Onde tem tomada de decisão estratégica, precisa ter governança – e isso independe do tamanho e/ou segmento de negócio.
A governança tem como objetivo garantir o melhor desempenho possível para a sua empresa – e isso inclui os pequenos negócios. No caso de pequenas empresas, e até mesmo MEIs, ela pode ajudar a traçar metas mais claras, alinhar objetivos e até reduzir custos.
Entenda, a seguir, o que é e como a governança pode ser aplicada no seu negócio.
Antes, o que é governança?
De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, governança é o sistema adotado por uma empresa, que envolve todas as partes do negócio. É o conjunto de práticas que um empreendimento adota para fortalecer o negócio e alinhar os interesses, mostrando uma direção a seguir e como conquistar as metas de crescimento que você determinou para o seu negócio.
Quais são os benefícios da governança para pequenas empresas?
Muitos empreendedores brasileiros, mesmo que de forma informal, dividem a responsabilidade e funções do negócio com sócios e/ou parceiros. Com o crescimento da empresa, às vezes outros fatores entram em jogo e novas pessoas passam a fazer parte desse time de decisões. É aí que se a governança se torna essencial para evitar desencontros.
Segundo Anderson Godz, autor do livro “Governança & Nova Economia” e fundador da Gonew, edtech focada em governança para startups, pequenos e médios negócios, a governança começa no alinhamento entre as pessoas que fazem parte da empresa.
“Por mais simples que seja o meu negócio, normalmente vou fazer isso com algum sócio/parceiro. O problema é que dificilmente as pessoas conversam com esse sócio sobre princípios, expectativas e aí falta alinhamento. Todo mundo sai fazendo e, muitas vezes, a sociedade acaba sendo desfeita, infelizmente”, diz.
Ainda de acordo com o especialista, para fazer essa relação dar certo, todos precisam deixar claro o que desejam e o que estão dispostos a fazer ou não pela empresa. “As pessoas têm prioridades diferentes e estão em momentos de vida diferentes. Podemos discordar, o problema é não discutir isso”, completa.
Veja, abaixo, alguns dos benefícios que a sua empresa pode ter com boas práticas de governança corporativa:
- Crescimento do empreendimento;
- Redução de custos;
- Transparência para o público;
- Mais sustentabilidade ao negócio;
- Alinhamento aos padrões do mercado;
- Gestão de possíveis conflitos e crises;
- Tornar a estrutura do empreendimento mais profissional.
Quais são os tipos de governança?
Existem três principais tipos de governança, que são:
- Governança Corporativa
Governança corporativa é sobre a qual estamos falando neste texto. Ela envolve o sistema de gestão empresarial que precisa deixar claro à todos os colaboradores e parceiros as regras a serem seguidas.
- Governança tributária
Se refere ao conjunto de procedimentos usados pela empresa no projeto de gestão empresarial. Ou seja, ela faz parte da governança corporativa. O objetivo é, principalmente, coordenar o processo de controle e revisão dos procedimentos tributários.
- Governança de obrigações acessórias
É uma derivação da governança tributária, mas é focada no controle das obrigações acessórias (pagamentos de tributos ou penalidades) , periódicas e constantes das empresas.
Como aplicar a governança nas pequenas empresas?
Você pode estar pensando em termos práticos: “como tudo isso se aplica ao meu negócio”?
De forma mais palpável, a governança corporativa ajuda o seu negócio a criar uma estrutura empresarial. Ou seja, sair do “vamos fazer e ver no que dá” para algo como “vamos estruturar e direcionar para onde vamos e como faremos isso”.
Para adotar os princípios de governança você deve olhar para as suas estratégias a médio e longo prazo. Ao adotar a governança, você cria formas de garantir que essas estratégias sejam seguidas e também compartilhadas entre as pessoas envolvidas na empresa.
Como eu posso incluir estratégias de governança corporativa no dia a dia da empresa?
Reuniões de alinhamento, uma contabilidade eficiente e transparente, estabelecer qual é a hierarquia da empresa e quem é responsável por qual tipo de decisão são formas de aplicar a governança no seu negócio.
“Eu sou MEI e não tenho sócio/parceiro. A governança se aplica ao meu empreendimento”?
Se você for o único dono e gestor do seu negócio – sem sócios ou funcionários, não significa que a governança não possa ser aplicada na sua rotina. Afinal, a governança também se relaciona a forma como você faz a gestão da sua empresa, com a transparência da sua contabilidade, com os princípios do seu negócio e até com as suas outras relações na vida.
“MEIs primeiro sentem a extrema liberdade de não ter mais horário, mas o salário não cai mais no dia certo. Eu mesmo, no começo, fui repactuando com a minha família este novo contexto, explicando a situação. E tomar esse tipo de decisão é uma espécie de governança na sua relação com a família sobre o que é ser MEI, por exemplo”, explica Anderson.
Qual a diferença entre gestão e governança?
Se você chegou até este ponto do texto pode estar confuso sobre a diferença entre gestão e governança. Apesar de conceitos parecidos, há algumas diferenças.
Enquanto a gestão empresarial envolve todo o processo de tomada de decisão em uma empresa, a governança se relaciona ao conjunto de regras práticas que têm como objetivo principal garantir que a empresa cumpra os seus deveres e atenda aos interesses de todos os envolvidos na cadeia do negócio.
Ou seja, a governança é um processo mais burocrático, normativo e específico do que a gestão em si.
Diversidade também fortalece a governança
Outro aspecto que pode tornar a governança da sua empresa mais eficiente é a diversidade – e isso também não se aplica apenas aos grandes negócios.
Trazer diversidade para a empresa é mais do que contratar pessoas diversas, o que também é positivo. A diversidade está (ou não) nos valores da sua empresa e em quem você escuta na hora da tomada de decisão. Ou seja, uma governança eficiente também passa por considerar princípios de diversidade nas escolhas que o seu negócio faz.
“O empreendedor é muito solitário nesse processo de empreender, mas não deveria fazer isso sozinho, ele precisa fazer isso com mais pessoas. Se ele não trouxer lentes diferentes, terá mais do mesmo e o negócio será mais do mesmo”, diz Anderson.
Vale observar que trazer outras pessoas não é, necessariamente, contratar pessoas, porque o seu negócio pode não ter tamanho ou estar no momento de fazer isso. Trazer pessoas é consultar outros profissionais e empreendedores diferentes de você – de forma informal ou formal – escolher fornecedores diversos e, quando o seu negócio crescer, priorizar a diversidade na composição da sua equipe e no corpo de decisões.
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