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Princípios de Engenharia...

Princípios de Engenharia do Nubank: Aqui, engenheiros entendem o poder da engenharia

A VP de Engenharia, Lindsey Bleimes, fala sobre os Princípios de Engenharia do Nubank como um catalisador de decisões diárias, e como as oportunidades de trabalho na América Latina são para engenheiros de todo o mundo.



Desde 2021, as equipes de engenharia do Nubank trabalham colaborativamente para definir os princípios de tecnologia e desenvolvimento da empresa. O contexto foi usado para discutir e documentar a forma como a equipe toma decisões e cria uma identidade própria. O resultado são os Princípios de Engenharia do Nubank, que foram bastante discutidos durante um evento virtual e interativo no mês de maio deste ano.

Lindsey Bleimes estava no centro dessas discussões desde o começo. Vice Presidente de Engenharia no Nubank, ela tem formação em ciência da computação em Carnegie Mellon University e também mestrado na University of Maryland, ambas nos Estados Unidos.

Por isso, ela foi a escolha perfeita para entrar na empresa em janeiro de 2020, quando o super crescimento do Nubank estava prestes a começar, antes da pandemia. Nessa época, o Nubank tinha 20 milhões de clientes. Hoje, são quase 60 milhões. E Lindsey foi uma engenheira que soube interpretar as necessidades técnicas da equipe e dos negócios em crescimento.

Uma americana escolhe o Brasil

Antes do Nubank, Lindsey trabalhou na Lockheed Martin programando software de logística para a Marinha dos EUA, e liderou equipes na Wayfair, com foco na tecnologia de busca e na catalogação de dados, incluindo imagens, modelos 3D e preços. 

Nesta entrevista, ela fala sobre seu cargo, os Princípios de Engenharia do Nubank como um catalisador de decisões diárias, e sobre  as oportunidades de trabalho na América Latina, que estão disponíveis para engenheiros de todo o mundo.

“Muito da inovação técnica acontecendo no Brasil é devido aos engenheiros do Nubank estarem lá para influenciar decisões e dizer: ‘Sim, isso é possível'”, diz.

Da mobília nos EUA à tecnologia financeira para a América Latina

Pergunta: Lindsey, o que você faz como VP? Quais são suas tarefas como VP do Nubank?

Lindsey Bleimes: Eu vejo meu trabalho como uma ajuda. Estou ajudando minha equipe a ser feliz, produtiva, ter sucesso e crescer. Estou ajudando meus acionistas a entenderem o que a minha equipe está fazendo e por que e como nós podemos fazer melhor. E estou ajudando a equipe de liderança do Nubank a entender como criar um time de engenharia incrível, de alto desempenho, e como isso pode ajudar o negócio e seu crescimento. 

Muito do trabalho é conversar e explicar às pessoas, convencendo-as de que a tecnologia e o negócio podem trabalhar juntos para fazer os investimentos certos. Tentar ajudar é o meu principal objetivo.

P: Você veio de uma indústria bastante física, na Wayfair. Que oportunidade, como engenheira, você viu quando o Nubank lhe propôs vir para São Paulo, no Brasil, saindo da indústria de mobília para a financeira?

LB: Diversas coisas. A primeira é que eu estava trabalhando com mobília há muito tempo e gosto de mudanças. Então eu estava preparada para uma. E outra foi o aspecto internacional. Poder aprender sobre uma nova cultura. 

E, especificamente sobre a tecnologia financeira, há muita pressão por inovação em regiões como o Brasil, África e o Sudeste Asiático. Existe menos pressão para ocorrer inovação nos EUA.

P: E por que isso acontece?

LB: Hoje, a população dos EUA é relativamente bem servida pelos bancos. A maioria das pessoas têm uma conta bancária. Tudo está mais ou menos funcionando, comparado com coisas que não estão em outras partes do mundo. Então, há muito mais pressão para fazer as coisas de um jeito diferente. Por isso pensei que, se vou aprender sobre tecnologia financeira, é melhor fazer isso em um lugar como o Brasil do que nos Estados Unidos.

P: E você consegue identificar alguns exemplos do que a população americana tem que a da América Latina não tem, em termos de serviços financeiros?

LB: Bem, é mais fácil ter acesso a contas e créditos nos EUA. Existe uma parte da população que é menos servida, mas é menor. Então a oportunidade de negócios não é tão grande. E, falando sobre cartões de crédito, os EUA nunca tinham tido um chip e uma senha numérica até que o restante do mundo começou a exigir. Então, a tecnologia para inovações básicas como essa está um pouco atrás por lá.

Vir para o Nubank foi uma oportunidade de aprender tudo isso e recomeçar a fase de supercrescimento, além de poder ajudar de verdade. O Nubank está crescendo muito rapidamente. A oportunidade é tão grande que às vezes assusta de um jeito bem emocionante.

Tornando-se uma empresa global: a influência da engenharia do Nubank

P: Mais cedo ou mais tarde, o Nubank pode se tornar uma empresa global, em vez de uma da América Latina. Neste sentido, o que você identifica como um ponto forte do Nu, em termos de engenharia? 

LB: Nós construímos uma equipe e temos pessoas que são muito inteligentes, motivadas e independentes. Elas realmente gostam de problemas de negócios. Elas adoram resolver problemas, pensar no cliente e fazer grandes coisas. E elas não estão lá apenas para receber ordens. Estão lá para ser parte da solução e terem suas vozes ouvidas. Desafiar o status quo, como nós gostamos de dizer. 

No Nubank, engenheiros entendem o poder da engenharia. Se algo é bem feito, pode expandir. E isso é evidente aqui. Nós expandimos para quase 60 milhões de pessoas em um ritmo incrível. E sem grandes problemas. É fantástico poder colocar em prática um sistema capaz de lidar com isso.

Acho que o ponto forte é sempre pensar no futuro, no longo prazo, agir rapidamente e manter um sistema saudável. Nós temos engenheiros que trabalharam com o Banco Central do Brasil para mostrar o que é possível.

Muito da inovação técnica acontecendo no Brasil é devido aos engenheiros do Nubank estarem lá para influenciar decisões e dizer: “Sim, isso é possível. Você pode fazer isso.”

P: Isso aconteceu em relação a qual assunto?

LB: Especificamente o Pix, que é a forma de fazer transferências e pagamentos instantâneos, funcionando em todos os dias do ano. Uma pessoa da equipe de engenharia trabalhou bastante tempo com o Banco Central, fornecendo perspectivas e ajudando a criar o Pix, o método de pagamento que permite que as pessoas façam e recebam transferências instantâneas por meio de dispositivos móveis. E algumas das instituições mais antigas e estabelecidas estavam dizendo: “Ah, não podemos fazer isso. É impossível.” E os engenheiros do Nubank diziam: “Isso não é verdade. Podemos criar isso dessa forma. Pode não ser uma máquina de fazer dinheiro, mas é bom para as pessoas.” O Nubank pode mostrar o caminho.

Oportunidades de desenvolvimento 

P: O que mudou depois da pandemia em relação a oportunidades de trabalho no Nubank? Por que o Nubank é atrativo para engenheiros ao redor do mundo?

LB: Eu acho que, em relação ao mundo, a indústria de tecnologia brasileira é conhecida por ser bastante prática. Acho que tem uma frase que falam muito no Brasil: “Você dá um jeito de consertar.” E nós temos uma equipe internacional com engenheiros de seis países diferentes.

Eu diria que, para qualquer engenheiro, é fundamental trabalhar com pessoas que possuem uma perspectiva diferente da sua. É um dos motivos pelos quais eu escolhi vir para o Brasil. É um dos motivos pelos quais eu trabalhei na Alemanha por um tempo. E essa colaboração é fundamental, porque você consegue os melhores resultados quando possui diversas opiniões e contextos. “Múltiplas perspectivas criam um software melhor” é um dos Princípios de Engenharia aqui no Nubank.

Então, se você só trabalhou com pessoas no seu país, está perdendo algumas perspectivas.

P: Por que o Brasil, país com a maioria dos 60 milhões de clientes do Nubank, é tão atrativo para você?

LB: O Brasil tem uma cultura única. Existe outra frase que falam muito: “O Brasil não é para amadores”, o que é verdade. É verdade no sentido de negócios, já que o cenário regulatório é complexo e desafiador. Falando de tecnologia financeira, há muitos mecanismos de pagamento e coisas que são diferentes. 

O Brasil tem uma das maiores taxas de fraudes no mundo, o que evidencia uma oportunidade técnica interessante para entender como você se defende contra isso e como fazer algo que funciona em um mercado tão perigoso.

Há poucos lugares que apresentam este tipo de desafio.  E, falando por mim, eu gosto muito de aprender sobre a cultura e a história dos países do mundo.

Temos uma equipe que é global hoje, com pessoas em três continentes diferentes. E queremos ser ainda mais globais. Então, temos uma grande oportunidade pela frente. 

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