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Chamaê: quatro livros e ...

Chamaê: quatro livros e autores fundamentais, segundo Sergio Vaz

Apaixonado por palavras e pela literatura, o poeta compartilhou algumas de suas influências no segundo episódio do podcast Chamaê, apresentado por Emicida. Confira



Emicida e Sergio Vaz de frente um para o outro, na mesa do podcast Chamaê. No ângulo da imagem, Emicida está de costas, usando uma jaqueta bege. Sergio está sorrindo, usa óculos e uma camiseta branca.

Sergio Vaz é poesia pura. O segundo convidado do podcast Chamaê “é que nem letra de Caetano Veloso”, define Emicida, enquanto canta um trecho da canção Tropicália para descrever os talentos do escritor, poeta e agitador cultural. 

O Chamaê, projeto do Nubank com Emicida, é um podcast em quatro episódios em que Emicida entrevista convidados sobre vida, carreira, sonhos e encontros.

O primeiro episódio, com Marina Sena, já está disponível. O segundo, com Sergio Vaz, pode ser ouvido dando play logo abaixo:

Sergio Vaz nasceu em Minas, mas fez sua história em São Paulo, nas periferias da região Sul da capital. Parque Santo Antônio, Jardim Ângela, Jardim Guarujá… Esses são alguns dos bairros que o poeta conhece de cor e que influenciaram sua produção artística. “Gosto de me comunicar vendo as pessoas”, diz, explicando de onde tira inspiração para escrever. 

Autor de nove livros e ganhador de seis prêmios literários, Sergio também é co-fundador da Cooperifa, a Cooperativa Cultural da Periferia, um de seus projetos mais notáveis. Toda semana, o Sarau da Cooperifa lota o Bar do Zé Batidão de gente declamando poesias, fazendo rimas e concebendo ideias. 

O sarau ajudou a revelar talentos literários da região e, na visão de seu criador, ele é “um sonho de humanidade”. Sergio o traduz como um espaço democrático que ressignifica a literatura, onde todos partem do mesmo lugar e encontram na arte um caminho possível de transformação da própria vida. 

“O Sarau da Cooperifa é quando você tira a literatura do pedestal e deixa ela aos pés da comunidade. Você se reúne na quebrada, no boteco, pede silêncio e diz ‘vou dizer um poema pra você’ e a pessoa responde ‘e eu vou te ouvir’“.

A arte, desde moleque, sempre o acompanhou. Os sonhos também. Nesse ponto, Sergio e Emicida têm muito em comum – e é claro que um encontro entre eles só poderia render uma série de boas indicações e histórias interessantes. 

Para ajudar (e também inspirar), veja abaixo algumas dicas que o próprio Sergio mandou ao longo do episódio. Mas, ó: não deixe de ouvir o papo na íntegra. A conversa entre os dois é um convite à escuta. Se puder, passe um cafezinho e aprecie o episódio com calma. Vai valer a pena.

Dom Quixote, de Miguel de Cervantes

Um dos primeiros livros que marcou o escritor é um clássico espanhol que narra a busca de um cavaleiro de meia idade pelo amor de uma mulher imaginária. “Foi o primeiro livro que atravessou minha humanidade e me fez gostar de viver”, diz o escritor.

“Quando eu terminei Dom Quixote, eu falei mano, eu sou um sonhador’. Foi aí que eu comecei a me aceitar e entender que eu gostava da literatura pela imaginação”, conta.

Os Miseráveis, de Victor Hugo

Uma obra não ganha o título de “fundamental” à toa. Certos clássicos da literatura alcançam esse status por traduzirem sentimentos que são universais. Talvez isso ajude a explicar o efeito que um livro escrito na França do século 19 despertou em um escritor brasileiro nos anos 1990. 

“Sempre ouvi falar da Revolução Francesa, mas nunca tinha ouvido falar da Revolução Francesa pela visão da periferia, dos pobres, dos miseráveis”, explica Sergio, que depois escreveu um poema com o mesmo nome do livro. “Quando encontrei Victor Hugo, ele pegou na minha mão e levou”. 

Capitães da Areia, de Jorge Amado

É difícil não se emocionar com o romance, que retrata a pobreza do Brasil do início do século 20 a partir da história de meninos em situação de abandono, que moram em um trapiche em Salvador. Pior ainda é perceber que, de lá pra cá, certas coisas não mudaram. Sergio relata que, quando terminou a obra, começou a ler de novo “porque já deu saudade”. 

O texto de Jorge Amado também o fez aprender coisas importantes sobre o ofício da escrita. “Eles dizem coisas que eu gostaria de dizer e não tenho capacidade. Coisas grandiosas, nobres, das quais eu acredito, respeito e admiro. Se não fosse a literatura, talvez eu não estivesse aqui. Não sei me comunicar de outra forma”.

Conceição Evaristo

Sergio não faz menção a uma obra específica, mas cita a linguista e escritora brasileira quando fala sobre a democratização da literatura e o papel do cânone literário. Apesar de ser uma autora fundamental para o movimento negro, com seis livros lançados e um deles premiado com um Jabuti (o mais tradicional troféu da literatura brasileira), Conceição não foi escolhida para ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras em 2018.

É por esse motivo que Sérgio tem uma visão crítica sobre quem coloca a literatura em um espaço sacralizado e distante da realidade. “Nesses últimos anos, com a juventude negra e periférica adentrando a academia e levando pessoas para discutir sobre Conceição Evaristo, sobre Lima Barreto, eu fico imaginando: como esses caras podem escrever por nós e não para nós? Quem perde são eles”. 

Bônus: jornalismo periférico

Em alguns momentos, o trabalho de um jornalista flerta com o de um escritor. Existe até uma vertente que se dedica exclusivamente a isso: é  o chamado “jornalismo literário”. Durante o papo, Sergio encontra espaço para reconhecer e celebrar produções independentes e periféricas, que fazem esse trabalho com maestria. É o caso das redações do Nós, Mulheres da Periferia, do Alma Preta Jornalismo e da Agência Mural.

Quer saber mais sobre música, cultura, literatura, sociedade e empreendedorismo? Então se liga que no Chamaê tem isso e mais um pouco. Acesse a nossa página especial e fique por dentro de todas as novidades do podcast. 

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