A pandemia do Covid-19, o novo coronavírus, já provocou diversos impactos na economia mundial – inclusive, nas bolsas de valores ao redor do mundo. No Brasil, a cotação do dólar comercial ultrapassa os R$ 5, o Índice Bovespa acumula quedas consecutivas que somavam 4% e ativou a o circuit breaker cinco vezes até o dia 23 de março.
É de se esperar que, para aqueles que investem em ações, o impacto seja maior devido à queda acentuada. Mas para quem não é investidor da bolsa de valores, existe algum impacto? No dia a dia e na economia que sentimos na pele, quais os efeitos da Bolsa de Valores?
Abaixo, uma explicação de como isso se aplica no dia a dia, especificamente na economia brasileira. Mas, antes disso, é importante dar um passo atrás para entender alguns mecanismos das bolsas de valores.
Como funciona a bolsa de valores?
Diversos tipos de ativos são negociados em uma bolsa de valores: minicontratos, papéis futuros, opções… E ações, que representam a maioria.
O que é uma ação
De forma simplificada, uma ação é uma pequena parte de uma empresa: quando alguma companhia deseja levantar dinheiro, ela pode abrir seu capital, emitindo ações – fazendo de quem compra as ações, sócio da companhia.
Por que o preço das ações varia?
O preço das ações varia diariamente, muitas vezes até em um mesmo dia. Ele é definido de acordo com as ofertas de compra e venda dos investidores: quanto mais pessoas se interessam em comprar uma ação, maior será seu preço e, logo, sua valorização. No caso contrário, quando muita gente quer vender, o preço cai e uma ação se desvaloriza.
Por sua vez, o interesse na compra ou venda de ações está ligado ao negócio da empresa, seu setor sua situação financeira e, no geral, a situação econômica do país e do mundo.
O mecanismo por trás disso, portanto, é a negociação de compra e venda das ações diariamente.
Bolsa no Brasil
É o Índice Bovespa, ou Ibovespa, que indica o desempenho diário da B3, a bolsa de valores brasileira. Ele considera o desempenho das ações que representam as maiores movimentações na bolsa de valores e, a partir disso, indica o desempenho médio da bolsa em si. Por isso, quando vemos notícias de que a bolsa “caiu 7%” ou “subiu 4%”, é do Ibovespa que estamos falando.
Por que a bolsa de valores sobe e desce o tempo todo?
O Ibovespa pode tanto subir quanto cair ou ter pouca variação em uma base diária. Ou seja: em um dia, pode acontecer de cair e, no outro, subir duas vezes mais do que no dia anterior – e por isso se diz que é possível ganhar ou perder dinheiro da noite para o dia na bolsa de valores.
Mas, respondendo à pergunta, o desempenho do Ibovespa está totalmente ligado ao cenário econômico, político, a setores específicos da economia, à inflação, à taxa de juros, a mercados exteriores… Entre muitos outros fatores que podem aumentar o interesse em comprar ou vender determinadas ações.
E o coronavírus?
Aterrisando para os dias de hoje: a pandemia de coronavírus atinge diretamente o segmento da indústria, da saúde, de aviação, de comércio e serviços. Portanto, não chega a ser uma surpresa, por exemplo, que as companhias aéreas com ações listadas apresentem queda com o fechamento de fronteiras de alguns países.
Grandes quedas nas bolsa de valores do mundo todo aconteceram também por conta da recente guerra de preços do petróleo – aqui você confere uma explicação mais aprofundada sobre ele.
Não invisto na Bolsa – suas altas e baixas têm impacto na minha vida?
Sim, especialmente porque a bolsa de valores é um indicador da economia. Considerando que o Ibovespa indica o desempenho das empresas (em sua maioria, empresas relevantes em seu setor), faz sentido estabelecer essa relação: se as empresas vão bem, com suas ações cada vez mais valorizadas, a economia do país também está em um bom caminho; e o mesmo para o contrário.
É claro: isso não significa que um dia de queda do Ibovespa representa um colapso da economia ou que esta vai mal.
Além de atuar como um termômetro da economia e do mercado naquele momento, háoutros impactos da bolsa que também podem ser sentidos por quem não investe nela.
Um deles é o “medo” e a incerteza do mercado. No momento da pandemia de coronavírus, por exemplo, com a bolsa de valores registrando quedas, medidas econômicas sendo implementadas e uma revisão da previsão para o IPCA, que deve ser menor do que o antes previsto, a incerteza da economia se instala. Com isso, empresários podem optar por não realizar novos investimentos; existe também o medo do desemprego, que tem impacto direto na renda das pessoas; e, claro, passa a existir o medo de uma nova crise econômica.
É importante dizer também que as recentes oscilações da bolsa de valores estão relacionadas também à uma guerra de preços do petróleo – e, não somente por causa dos temores causados pelo coronavírus. .
Devo me preocupar?
As negociações da bolsa de valores são, em grande parte, movidas por especulações. Por isso, é importante manter a calma e não se desesperar – afinal, este é um dos sintomas de uma crise que pode ser agravada. O cenário econômico, no geral, é preocupante, mas medidas já estão sendo anunciadas e colocadas em prática para garantir que o impacto seja menor que o esperado.
Aqui você confere alguns artigos que explicam um pouco os impactos que a economia tem sentido e dão um entendimento melhor do contexto atual. Veja:
- Como fica a economia com o coronavírus e a quarentena
- Entendendo o mundo das ações
- Por que o coronavírus impacta a economia?
Este conteúdo faz parte da missão do Nubank de devolver às pessoas o controle sobre a sua vida financeira. Ainda não conhece o Nubank? Saiba mais sobre nossos produtos e a nossa história aqui.