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Seis dicas para impulsio...

Seis dicas para impulsionar seu negócio por Adriana Barbosa, da Feira Preta

Veterana na criação de empresas e projetos de impacto social, a empresária compartilhou experiências e conselhos em um papo descontraído no Chamaê, podcast do Nubank com Emicida. Confira.



Adriana Barbosa é uma mulher de negócios com um currículo extenso: é CEO da PretaHub, uma plataforma de criatividade, inventividade e tendências negras; fundadora da Feira Preta, o maior festival de cultura afro da América Latina; e, em 2017, integrou a lista do MIPAD (Most Influential People of African Descent), de pessoas negras mais influentes em cultura e mídia do mundo.

Chegar nesse ponto, no entanto, é reflexo de uma jornada longa – e que está longe de acabar. Em uma conversa no Chamaê, podcast do Nubank com Emicida, Adriana abre o jogo e relembra sua trajetória para inspirar e despertar a potência que existe em cada empreendedor.

Ao longo do papo, ela compartilhou aprendizados importantes que podem ser aplicados por empreendedores com negócios de todos os tamanhos. Confira as dicas abaixo – e depois corra para ouvir a conversa na íntegra, combinado?

1. Busque a essência do seu negócio

Adriana acredita que o caminho até o sucesso não vem com uma fórmula pronta e que cada empreendedor deve buscar dentro de si aquilo que faz com que o seu empreendimento seja único. 

“Cada um tem sua própria história. Uma das coisas que mais aprendi e que incorporamos como metodologia no programa Afrolab [uma frente de apoio, promoção e impulsionamento de novas empresas] é a importância da subjetividade e do autoconhecimento. Se você não sabe quem é, você não traz autenticidade para seu produto ou serviço”, explica. 

A empreendedora complementa dando o seguinte exemplo: nosso comportamento nos faz observar a grama verde do vizinho e tendemos a querer fazer o mesmo que ele, mas isso não vai funcionar. “Você precisa saber quem é você na fila do pão e, diante disso, como você traz esse conhecimento para aquilo que você produz”. 

2. Crie de forma colaborativa

Colaboração é a assinatura do trabalho da Adriana. Ela faz isso de forma consciente por entender que qualquer movimento ganha força quando é coletivo, sobretudo entre negócios geridos por pessoas negras. 

As bases para esse pensamento partem da relação que ela nutre com a família. Enquanto crescia no bairro da Saúde, em São Paulo, a empresária foi criada em ambiente matriarcal, cercada pela rede de apoio formada pela mãe, avó e bisavó, figuras fundamentais para moldar seu pensamento e história. 

É por isso que, na visão dela, um empreendedor consegue chegar mais longe quando trabalha ao lado de outros empreendedores.

“Eu não consigo pensar se não for em comunidade, se não for em rede. Nossa comunidade é nossa essência, é onde está nossa raíz. O que seriam as escolas de samba e outras produções culturais se não fosse essa tradição?”, reflete Adriana.

3. Não pare de estudar e pesquisar

Um bom negócio também se faz com referências de leitura, estudo e pesquisa. Procure defender o que você faz com bases teóricas sólidas e analise o comportamento de outras empresas para diferenciar seus serviços e produtos no mercado.

Enquanto desenvolvia a Feira Preta, Adriana fez uma pós-graduação e aproveitou ao máximo o tempo que teve ao lado de seus professores. Ela cita o estudioso Juarez Xavier, militante do movimento negro, como uma grande inspiração. “Hoje, muito do que existe na Feira Preta foi criado porque eu tive esse professor. Ele me mostrou como funcionam os mercados africanos de um ponto de vista acadêmico”, completa. 

Outro  modo de fazer isso é consumindo cultura e arte, em diferentes formatos, de modo a estimular a sua veia criativa. Músicas, filmes e exposições podem te ajudar a construir repertório e expandir sua visão de mundo. Não fosse o contato próximo que Adriana teve com artistas negros, por exemplo, talvez a Feira Preta não tivesse existido.

4. Potencialize o que já existe

Muitos empreendedores demoram meses ou até anos para tirar um projeto do papel por esperarem o “momento perfeito” para fazer isso. Mas sabe qual é a grande verdade? Esse momento não existe. Todo projeto é aperfeiçoado à medida em que é colocado na rua.

O segredo é traçar um plano inicial e considerar qual é o mínimo que você precisa ter para fazer a ideia nascer e ir trabalhando nela aos poucos, buscando e trocando referências com outros empreendedores. Inclusive, não há nada de errado em se inspirar nas experiências de outros colegas.

No caso da Feira Preta, Adriana viu isso na prática: ao estudar os tradicionais mercados africanos, ela percebeu que poderia trazer certos aprendizados para o modelo de negócios que ela praticava no Brasil. Ou seja: muita gente caminhou para que hoje tivéssemos tanto conteúdo e informação. Esse conhecimento ancestral pode e deve te acompanhar. 

5. Procure por referências fora das grandes capitais

“Vai pro interior para entender o que rola”, diz Adriana enquanto narra as experiências e pessoas que conheceu em Cachoeira, na região do recôncavo baiano. Na viagem, ela visitou o Quilombo Kaonge, que fica a cerca de 110 km de Salvador, e aprendeu muito sobre impacto e inovação social a partir do que era praticado entre os quilombolas. 

Adriana também cita outros lugares que ela chama de Brasil profundo, ou seja, o país que está fora dos grandes centros urbanos, onde a forma de se fazer e inovar vem de conhecimentos e tecnologias diferentes e distantes das grandes áreas urbanas. “Aprendi que precisamos mudar nossa lente sobre o que é considerado abundância. A abundância não está só nos grandes centros urbanos estruturados”, conta.

6. Não tenha medo de ser vulnerável

Super heróis só existem nos quadrinhos e na ficção. Na vida real, somos todos seres humanos  tentando encontrar nosso lugar no mundo. Muitos empreendedores se esquecem de pedir ajuda ou temem parecer vulneráveis por serem ensinados a valorizar apenas as conquistas, sem falar de aprendizados que só são possíveis com os erros. 

Adriana não esconde a jornada tortuosa que enfrentou para chegar onde está. Ela faliu e se endividou até começar a colher os frutos do seu trabalho e viver exclusivamente da empresa que construiu. Em toda oportunidade que tem, ela usa o espaço para falar sobre esse processo. 

“Foi complexo porque eu estava deprimida. Precisei fazer terapia e tomar remédios que me ajudassem psiquicamente, pois eu não tinha forças. Eu precisei me reerguer para depois negociar dívidas. Foi um momento muito importante onde eu pude me abrir e deixar outras pessoas ajudarem. Ali, eu me permiti ser cuidada. Foi uma época onde eu não tinha dinheiro nem para comprar pão”, relembra. 

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Quer saber mais sobre música, cultura, literatura, sociedade e empreendedorismo? Então se liga que no Chamaê tem isso e mais um pouco. Acesse a nossa página especial e fique por dentro de todas as novidades do podcast. 

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