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Investidor-anjo: o que é...

Investidor-anjo: o que é e como encontrar um?

Um investimento-anjo pode ajudar empresas em estágio inicial a crescerem de forma mais acelerada – mas é preciso estar preparado para isso. Entenda.



Investidor-anjo: ilustração vista de cima de duas pessoas sentadas ao redor de uma mesa roxa

Começar um negócio com dinheiro próprio pode ser um desafio. Por isso, alguns empreendedores buscam apoio financeiro externo – como de familiares, amigos, instituições financeiras ou até de um investidor-anjo.

Porém, em quais situações é necessário o apoio de um investidor-anjo? Por que escolher este tipo de investidor? Essas são algumas perguntas respondidas abaixo.

Mas o que é investidor-anjo?

Investidor-anjo é uma pessoa física que usa capital próprio para investir em empresas novas com alto potencial de crescimento, segundo a Anjos do Brasil – organização sem fins lucrativos referência em investimento-anjo no país.

Em 2019, o número de investidores-anjo no Brasil chegou a 8.220, de acordo com uma pesquisa da Anjos do Brasil – um aumento de 6% em relação ao ano anterior. 

O valor investido em 2019 também cresceu e bateu a marca de R$ 1.067 bilhão – um aumento de 9% em comparação com 2018, ainda de acordo com a Anjos do Brasil.

E quem são os investidores-anjo no Brasil?

Geralmente, são empresários, empreendedores ou executivos que acumularam experiência e capital ao longo de suas trajetórias profissionais, podendo investir uma parte de seu patrimônio e seu conhecimento em novas empresas.

A pesquisa da Anjos do Brasil ajuda a entender um pouco melhor quem são essas pessoas:

  • 93% se identificam como do gênero masculino;
  • O valor médio investido por ano é R$ 129 mil;
  • Os modelos de negócios B2B (negócios que vendem para outros negócios) são os preferidos pelos investidores-anjo;
  • 80,2% dos investidores fazem seus investimentos por meio de redes de investidores-anjo.

Investidor-anjo: como funciona?

Basicamente, o investidor-anjo funciona de duas formas: tanto com investimento financeiro, aportando dinheiro em um negócio para ajudá-lo a crescer mais rápido, quanto com investimento de conhecimento, mentorando e aconselhando o empreendedor. 

De acordo com a Anjos do Brasil, algumas características do investidor-anjo são:

  • Geralmente, são profissionais experientes – como empresários e executivos – que, além de contribuir com aporte financeiro, contribuem com conhecimento, experiência e rede de contatos. Por isso, o investimento-anjo também é conhecido como smart money – ou “dinheiro inteligente”, em tradução livre;
  • Normalmente, o investidor tem uma participação minoritária no negócio;
  • Além disso, o investidor-anjo não tem uma posição executiva na empresa, mas atua como mentor ou conselheiro do negócio.

Qual a lei do investidor anjo?

Uma das questões que podem girar em torno deste tipo de investimento é sobre quais são as leis que legitimam e asseguram os direitos do investidor – e, é claro, da empresa que receberá o apoio financeiro do investidor-anjo. 

O perfil do investidor-anjo é definido pela Lei Complementar 155/2016, que assegura que uma pessoa Jurídica ou Física poderá investir em uma microempresa ou empresa de pequeno porte, dando apoio capital para que o negócio se desenvolva. O retorno do investimento vem por meio dos lucros gerados pela empresa.

Uma outra exigência importante, contida na lei 155/16, é a de que a vigência do contrato de participação não deverá ser superior a 7 anos.

 Um dispositivo importante acrescentado à Lei Complementar 123/2006 diz que:

Art. 61-A. Para incentivar as atividades de inovação e os investimentos produtivos, a sociedade enquadrada como microempresa ou empresa de pequeno porte, nos termos desta Lei Complementar, poderá admitir o aporte de capital, que não integrará o capital social da empresa.

(…)

§ 5º Para fins de enquadramento da sociedade como microempresa ou empresa de pequeno porte, os valores de capital aportado não são considerados receitas da sociedade.”

E, em 2017, a Lei Complementar trouxe uma atualização que garante à empresa que o investidor-anjo não se torne sócio dela. O que assegura também para o investidor que, por meio do investimento, ele não passa a ter responsabilidade legal pela empresa investida.

E como funciona um investimento-anjo?

Um investimento-anjo funciona como outras modalidades de investimento: o investidor aplica seu dinheiro esperando um retorno financeiro maior no futuro – seja por meio dos resultados do negócio, seja por meio da venda de sua participação.

Justamente por isso, o investimento-anjo não é uma atividade filantrópica. O investidor tem, sim, um objetivo financeiro por trás.

O termo “anjo” é usado pelo fato do investidor não só aportar dinheiro na empresa, como também apoiar o empreendedor com conhecimento, experiência e contatos que podem impulsionar o crescimento do negócio.

Afinal, ajudar a empresa a crescer é de total interesse do investidor-anjo: quanto maior o crescimento, maiores as chances de retorno.

De acordo com a Anjos do Brasil, o investimento-anjo em um negócio é feito, geralmente, por um grupo de 5 a 30 investidores. Com isso, o risco para cada um é menor e o tempo dedicado por cada investidor também é menor – já que são definidos um ou dois investidores líderes para cada empresa investida.

Em média, o investimento total por empresa varia entre R$ 200 mil e R$ 1 milhão – podendo chegar até R$ 1,5 milhão, em alguns casos.

Quais são os tipos de negócios que investidores-anjo buscam?

Não dá para cravar um tipo específico de negócio que investidores-anjo buscam. Cada um tem um perfil diferente, o que influencia nas empresas em que eles investem.

De toda forma, a pesquisa da Anjos do Brasil ajuda a entender um pouco melhor o que investidores-anjo procuram em suas investidas.

Em 2019, empresas B2B (Business to Business, ou negócio para negócio) eram as preferidas entre 86,6% dos entrevistados. Em seguida vinham as B2B2C (Business to Business to Consumers), como indústrias de bens de consumo que também vendem diretamente para o consumidor final; e, depois, as B2C (Business to Consumer).

Os setores mais procurados pelos investidores em 2019 eram: 

  1. Serviços financeiros/ Fintechs (52,1%); 
  2. Software/ tecnologia de base (46,3%);
  3. Saúde/ biotecnologia/ healtechs (45,6%);
  4. Educação/ edtech (45%);
  5. SaaS/ serviços para empresas/ HRTech (43,2%);
  6. Agritech/ agricultura (42,6%);
  7. Negócios de Impacto (38,5%);
  8. Energia (33,1%);
  9. Alimentos/ foodtech (32,6%);
  10. Construtech/ imobiliário (31,4%).

Ou seja: investidores-anjo buscam diferentes tipos de negócios para aportar dinheiro e conhecimento. A premissa, entretanto, é a mesma: negócios com alto potencial de crescimento.

Como saber se você precisa de um investidor-anjo?

Receber apoio de um investidor-anjo é algo sério, por isso é importante refletir bem sobre o que isso significa antes de partir em busca de um para chamar de seu. 

Lembre-se: ao receber um investimento-anjo, você deverá compartilhar todas as informações do negócio com o investidor – incluindo os problemas e pontos negativos da empresa. Se isso é algo que te deixa desconfortável, talvez seja melhor buscar outros tipos de aporte.

Além disso, um dos papéis do investidor-anjo é mentorar o empreendedor para ajudar o negócio a crescer. Por isso, é preciso estar aberto para ouvir críticas e buscar soluções em conjunto.

Se seu perfil é mais centralizador e você não consegue trabalhar com outras pessoas, talvez o investimento-anjo não seja a melhor opção para você.

Também é importante dizer que o investimento-anjo deve ser usado exclusivamente para o crescimento da empresa – o empreendedor não pode usá-lo para pagar dívidas, por exemplo.

Para ajudar a entender se está na hora de buscar um investidor, a Anjos do Brasil elencou algumas características de empresas ideais pare receber um investimento-anjo:

  • Faturem menos de R$ 1 milhão por ano;
  • Busquem aporte de R$ 100 mil a R$ 800 mil;
  • Apresentem algum tipo de inovação – seja no produto, serviço, processo de fabricação, modelo de negócio ou forma de comercialização;
  • Tenham alto potencial de crescimento e sejam “escaláveis” – capacidade para crescer sem aumentar muito os custos de operação;
  • Foquem em um mercado-alvo expressivo – que movimente mais de R$ 500 milhões por ano;
  • Tenham um modelo de negócio que não pode ser copiado facilmente por concorrentes.

Como conseguir um investidor-anjo?

Se você entendeu que um investimento-anjo é o que sua empresa precisa para crescer e ela se encaixa no perfil buscado por investidores, encontrar um pode ser desafiador. Por isso, é importante se preparar.

Algumas dicas da Anjos do Brasil são:

  • Pesquise o mercado de atuação do seu negócio, teste e valide suas ideias com clientes, estude potenciais concorrentes e saiba onde sua empresa se diferencia. Esses são pontos que vão ser avaliados pelos investidores;
  • Monte uma apresentação da sua empresa para explicar o modelo de negócio, mostrar como o produto ou serviço vai resolver dores ou necessidades dos clientes, como ela vai ganhar dinheiro, qual o faturamento esperado, quanto é necessário investir e como o investimento será usado;
  • Com esse material pronto, você pode buscar por um investidor-anjo em sua rede de contatos, em uma rede de investidores-anjo ou em eventos e concursos para novos negócios.

Mas, lembre-se: depois de encontrar um investidor interessado em sua empresa, ela passará por uma análise criteriosa para identificar se o que você prometeu é realmente verdade.

Seja transparente e esteja com tudo em ordem para aumentar suas chances de fechar o investimento.

Este texto faz parte da missão do Nubank de lutar contra a complexidade do sistema financeiro para empoderar as pessoas – físicas e jurídicas. Com a conta PJ queremos ajudar donos de pequenos negócios, empreendedores e autônomos a focarem no que realmente importa. Saiba mais e peça sua conta PJ do Nubank.

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