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Marcação a mercado: o qu...

Marcação a mercado: o que é e como funciona

Saiba como funciona essa atualização diária, que impacta pessoas que queiram resgatar seus investimentos antes do vencimento.



Foto trabalhada digitalmente em tons de roxo, com foco nos detalhes de uma curva da estrutura de uma montanha russa. O objetivo da imagem é ilustrar que mesmo uma estrutura de ferro possui subidas e descidas, assim como a temática abordada no texto, em que as flutuações da renda fixa são atualizadas diariamente pela marcação a mercado.

Quem investe em renda fixa e costuma acompanhar suas aplicações já deve ter percebido que o valor da quantia aplicada varia diariamente. Para entender por que isso acontece, é preciso conhecer um conceito chamado marcação a mercado.

Essa variação acontece porque a renda fixa não é exatamente fixa em todos os sentidos. Entenda a seguir o que a marcação a mercado tem a ver com isso, e como ela influencia o extrato dos seus investimentos.

O que é marcação a mercado?

Marcação a mercado é uma atualização diária tanto nos preços de títulos de renda fixa (como Tesouro Selic e CDBs), quanto em produtos de renda variável, incluindo fundos de investimento. Esse ajuste pode acontecer tanto para baixo quanto para cima.

Em outras palavras, ela é a marcação de um ativo pelo preço de venda – ou seja, o preço que você conseguiria de volta caso vendesse o seu ativo hoje.

Na renda fixa, a marcação a mercado é um fator importante para quem quer pedir o resgate antecipado de algum título.

Alguns títulos ajustados pela marcação a mercado são:

Como a marcação a mercado funciona?

A marcação a mercado acontece levando em consideração principalmente três fatores: o contexto econômico (com fatores como a taxa Selic, a inflação, acontecimentos na política, mercado externo etc), o apetite dos investidores (demanda por um determinado ativo) e o valor dos novos títulos que estão sendo emitidos no mercado.

Imagine que você comprou hoje um título do Tesouro Direto prefixado com uma taxa de remuneração de 5% ao ano. Você colocou R$ 1.000 nesse investimento. No termo técnico, esse é o Preço Unitário (PU), ou seja, o preço que você paga no início do investimento.

Algum tempo depois, a taxa básica de juros subiu e vários outros títulos que pagavam mais foram lançados no mercado. Nesse caso, o seu investimento vai ficar menos atraente, ter menos demanda dos investidores e, consequentemente, valer menos.

É exatamente aí que entra a marcação a mercado, reajustando o valor do seu título – neste caso, para baixo.

Mas o contrário também pode acontecer. Se a taxa de juros cair, são os novos títulos que vão pagar menos. Então o investimento que você tem nas mãos vai ficar mais interessante e se valorizar.

Muitas pessoas confundem essa relação e acham que simplesmente vão ganhar mais dinheiro se a taxa de juros subir. Mas neste caso, por exemplo, quando a taxa de juros aumenta, o Preço Unitário do título cai. Em contrapartida, quando a taxa diminui, o Preço Unitário sobe.

Portanto, se você vender o seu título antes da data de vencimento, vai receber o preço de mercado daquele dia, e ele poderá ser maior ou menor do que você estava esperando de acordo com as mudanças na taxa de juros.

Quais fatores interferem na marcação a mercado?

A marcação a mercado acontece de forma diferente em cada tipo de ativo. Alguns fatores interferem nesse cálculo, mas cada caso tem suas particularidades.

Liquidez

A marcação a mercado acontece com uma frequência diferente para ativos com maior liquidez, como títulos públicos.

Lembrando que a liquidez é a velocidade com que você consegue vender um investimento e, assim, transformar esse ativo em dinheiro.

Para investimentos de maior liquidez, a marcação a mercado é mais rápida e se baseia no fechamento dos preços ao fim do dia. O próprio Tesouro Direto divulga esses valores todos os dias por meio do programa de compra de títulos do Tesouro Nacional. Aqui, as principais referências são as expectativas futuras para indicadores macroeconômicos, como a taxa DI e a inflação.

Em contrapartida, os investimentos de menor liquidez têm os seus valores marcados de acordo com a estimativa de preço justo para a sua negociação.

Tipo de rentabilidade

A base de cálculo dos preços diários dos títulos de renda fixa depende do tipo de rentabilidade de cada investimento. Os pós-fixados têm seu preço ajustado diariamente pela variação da taxa referência para a remuneração, seja ela a Selic ou o CDI.

Já os títulos prefixados ou atrelados à inflação oscilam segundo as expectativas do mercado para a taxa Selic durante todo o período até o vencimento do investimento.

Nesses casos, quando o mercado espera uma alta nos juros, a rentabilidade final do seu título deve subir, enquanto o preço atual dele tende a diminuir. Se a expectativa for de baixa nos juros, a rentabilidade diminui e o preço sobe.

O mesmo acontece com os títulos atrelados à inflação, por exemplo o Tesouro IPCA+. Para saber mais sobre liquidez e rendimento e as diferenças entre eles, assista ao o vídeo abaixo:

Marcação a mercado vale só para resgates antecipados

A marcação a mercado dos títulos de renda fixa só vale para quem deseja resgatar a aplicação de forma antecipada, ou seja, antes do vencimento. É muito importante lembrar que, se você ficar com o título até a data de vencimento, vai receber exatamente a remuneração que foi combinada no início.

É por isso que o planejamento financeiro pessoal é tão importante na hora de escolher os ativos que compõem a carteira.

Vantagens e desvantagens da marcação a mercado

Uma das principais vantagens da marcação a mercado é a sua transparência, pois ela reflete o valor real do investimento.

A marcação a mercado é utilizada como padrão para atualização dos papéis desde 2002, por decisão do Banco Central do Brasil. Ela equilibra a rentabilidade entre os investidores, garantindo transparência e confiabilidade ao mercado. Antes disso, os ativos tinham seus preços baseados na curva do valor teórico desses papéis.

O modelo atual é considerado mais transparente e justo, pois não distorce o valor de mercado dos títulos e porque leva em conta a volatilidade das taxas de juros.

Um ponto negativo é o susto que os investidores levam ao ver o dinheiro “diminuir” na carteira, em razão de uma eventual oscilação negativa.

Entender o funcionamento desse mecanismo te ajuda a manter a tranquilidade e a interpretar o sobe e desce na sua conta – e não tomar decisões precipitadas caso resolva resgatar seu investimento antes do vencimento.

Marcação a mercado nos fundos de investimento

A marcação a mercado também acontece em fundos de investimento, modalidade em que investidores compram um determinado número de cotas do fundo. Essas cotas terão seus preços definidos pela marcação a mercado.

Assim, caso uma pessoa queira vendê-las, ou seja, realizar o resgate do fundo, vai receber o valor por cota referente à marcado a mercado do último dia de cotização daquele resgate.

A marcação a mercado em fundos de investimento tem outra função muito importante: ela garante que cada cotista receba uma remuneração proporcional à sua participação, independentemente de quantas pessoas entrarem e saírem do fundo no período.

Negociar as cotas pelo seu valor de mercado evita a transferência de riqueza e o acúmulo de prejuízo final. A curva de valor teórico é uma referência para investidores que pretendem levar o título até o vencimento.

Conclusão

Entender o que é a marcação a mercado e como ela funciona é importante para você não tomar um susto. A desvalorização pode acontecer – na pior das hipóteses, você vai sentir uma dorzinha ao ver isso, mas se resgatar seu investimento na data de vencimento, o retorno combinado vai estar garantido.

Além disso, entendendo como esses conceitos do mercado financeiro funcionam, você sempre vai tomar decisões melhores para o seu dinheiro.

Este conteúdo faz parte da missão do Nubank de devolver às pessoas o controle sobre a sua vida financeira. Ainda não conhece o Nubank? Saiba mais sobre nossos produtos e a nossa história.

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