Há sete anos, quando fundamos o Nubank, nosso maior desejo era ter uma cultura com valores muito sólidos.
Entre nossos valores mais admirados está Construímos Times Fortes e Diversos.
A diversidade foi sempre, sim, parte da nossa cultura.
O equívoco foi achar que ter o valor por si só bastava.
O erro foi achar que as coisas vão se resolvendo sozinhas, pela própria comunidade de Nubankers, organicamente, sem esforços contínuos e investimentos da liderança.
Ficamos acomodados com o progresso que tivemos nos nossos primeiros anos de vida que se refletia em algumas estatísticas relativas à igualdade de gênero e LGBTQIA+, por exemplo, que, repetidas, mascaravam a necessidade urgente de posicionamento ativo também na pauta antirracista.
Deixamos de nos questionar. Ignoramos o grande caminho que ainda tínhamos pela frente.
Com isso, perdemos a humildade, que sempre foi a característica que nos ajudou a entender velhos problemas com novas soluções e uma mentalidade inovadora.
Erramos.
A diversidade étnico-racial é um desafio muito maior e mais complexo do que imaginávamos.
Passamos os últimos dias em conversas com a comunidade negra de Nubankers, com ativistas negros de fora do Nubank e também com nossos clientes.
Nessas conversas, vimos o quanto precisamos avançar, dentro e fora de casa, com uma agenda de reparação histórica e de combate ao racismo estrutural.
O Brasil tem excelentes profissionais negros em diferentes carreiras.
No Nubank, temos um enorme orgulho da nossa comunidade e pedimos desculpas aos Nubankers negros, ao movimento negro e aos grupos sub-representados por não termos feito mais.
O Nubank precisa ouvir para se transformar. Precisamos de muito mais ações concretas. Queremos aprender sobre raça para liderar nossos times nesta transformação.
Como fundadores, nos comprometemos a ouvir mais e a agir mais.
Já tínhamos iniciativas focadas em recrutamento e inclusão, mas sabemos que é pouco.
Somos inconformados por natureza, questionamos tudo inclusive nós mesmos. Vamos usar essa característica para recomeçar uma jornada de inclusão racial.
Mas não temos e nem queremos soluções simplistas.
Por isso, estamos desenhando uma agenda real com ações concretas e ambiciosas de transformação na área de diversidade racial, a qual dividiremos ainda em Novembro com os números do nosso compromisso.
Para criá-la, estamos trabalhando com nossos Nubankers, representantes da comunidade negra, especialistas em diversidade racial, consultores e ONGs.
Para já, acabamos de firmar uma parceria com o Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) como primeiro passo nessa jornada de aprendizado e transformação. O objetivo é ampliar nosso entendimento sobre o tema, firmar nosso engajamento público e contínuo e acelerar a promoção da igualdade racial no Nubank.
O ID_BR confere às empresas que estão neste caminho o Selo “Sim à Igualdade Racial” no nível “Compromisso”, e o Nubank já está incluso nesse processo. Existe uma agenda a ser realizada e o instituto irá nos acompanhar nessa jornada para darmos sequência no planejamento estratégico voltado à temática racial.
Decidimos também dobrar o tamanho do time interno dedicado a recrutar profissionais de grupos sub-representados em todas as posições e níveis da empresa e reforçar a busca por lideranças negras para nos ajudar nesse processo.
Temos certeza que esse trabalho trará benefícios para o Nubank e para a sociedade.
Esperamos que bancos, fintechs e demais agentes do sistema financeiro entrem nesse movimento conosco para ajudar a mudar a realidade à nossa volta.
Nosso compromisso agora é desafiar de novo o status quo — desta vez, no campo da diversidade e inclusão racial no Brasil e na América Latina.
David Vélez, fundador e CEO do Nubank.
Cristina Junqueira, co-fundadora.
Edward Wible, co-fundador.
São Paulo, 25 de Outubro de 2020
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