Quem abre uma empresa geralmente tem sonhos e objetivos para que ela dure muitos anos, décadas até. Afinal, é ali que o empreendedor coloca seus recursos, seu tempo e sua energia para fazer o negócio prosperar. Ninguém espera ver sua empresa ir à falência, mas esta é uma realidade para milhares de negócios no Brasil todos os anos.
Quase 30% das empresas do tipo MEIs (Microempreendedores Individuais) vão à falência em até cinco anos de atividade, e o comércio é a área de atuação que mais vê negócios fechando nesse mesmo período (30% dos empreendimentos dessa categoria não sobrevivem). Os dados são de um estudo do Sebrae baseado em informações fornecidas pela Receita Federal.
Confira abaixo os cinco principais motivos que levam um negócio a fechar as portas e saiba como evitar que a sua empresa vá à falência.
1- Não conhecer o ramo de atuação
Os dados não mentem: empreendedores com menos conhecimento ou experiência no ramo têm taxas mais altas de falência dos negócios que abrem, segundo o mesmo estudo do Sebrae. Isso significa que você precisa ser ultra especialista e certificado no assunto? Não. Mas é importante experimentar como se faz aquilo antes de se jogar de cabeça.
Você pode tentar trabalhar como empregado para alguma empresa do ramo, conversar com pessoas que são mais experientes, fazer testes em pequena escala para entender o dia a dia ou até se matricular em cursos que ensinem um pouco sobre a área em que pretende atuar.
O que importa é garimpar conhecimento de onde for possível para não ser pego de surpresa pelos problemas comuns a todos os empreendimentos – e os particulares do seu ramo.
2- Abrir uma empresa sem capacitação
Iniciar um negócio próprio é totalmente diferente de trabalhar para uma empresa estabelecida, e exige preparo para lidar com os desafios da atividade. Entre as empresas que foram à falência, é maior a proporção dos empreendedores que não fizeram nenhum tipo de capacitação, segundo o Sebrae. Ainda de acordo com o órgão, apenas 42% dos empreendedores que decidem abrir um negócio de fato correm atrás de algum tipo de qualificação.
O próprio Sebrae oferece diversos cursos gratuitos e online, com variadas cargas horárias, que ensinam a navegar por temas como marketing, legislação, gestão financeira, precificação de produtos e serviços, liderança, e muitos outros assuntos. Para se inscrever, basta acessar a página dos cursos.
3- Pular a etapa de planejamento
Imagine que você vai viajar para algum lugar que não conhece muito: qual a primeira coisa a se fazer? Pesquisar e se planejar, certo? Sem um plano, é muito provável que você não tenha onde se hospedar ou que pague muito mais caro pela alimentação ou transportes. Com uma empresa é a mesma coisa: se você já sabe onde quer chegar com ela, não tem como fugir de um planejamento.
Mas, segundo os dados do Sebrae, 17% das empresas não têm planejamento nenhum, e 56% contam com um plano somente para os próximos seis meses. Para evitar que a temida falência encerre sua jornada, tome um tempo para elaborar planos para todas as áreas da empresa, e faça isso pensando em espaços de tempo curtos (seis meses ou um ano) e mais longos (de cinco ou dez anos). Sabendo onde você quer chegar fica mais fácil enfrentar os obstáculos que vão aparecer pelo caminho.
4- Operar na inadimplência
Ter o CPF negativado é ruim, mas ter um CNPJ negativado pode ser uma tragédia. No Brasil, em 2023, mais de 6,5 milhões de empresas estão inadimplentes, segundo dados de uma pesquisa da plataforma Serasa Experian.
O problema é que toda empresa precisa de crédito em algum momento de sua vida, seja para crescer, para quitar contas ou fazer compras de insumos. A inadimplência pode dificultar o acesso a crédito em um momento crucial do negócio, e acabar levando à falência.
Por isso, é fundamental criar uma gestão financeira focada em manter as contas no azul e em fazer um planejamento para quitar dívidas o mais rápido possível.
5- Não atualizar o negócio
Entre as empresas que mais pedem falência, aparecem aquelas com menos iniciativa para aperfeiçoar o negócio, segundo os dados da pesquisa do Sebrae. Isso significa que não basta se contentar com os bons resultados sem se atentar às tendências de mercado. O cenário pode mudar e, nesse caso, é preciso corrigir a rota. Mas como?
Se você fosse dono de uma gráfica, por exemplo, a modernização dos equipamentos deveria acompanhar as tecnologias mais atuais para diminuir custos, ganhar eficiência e ter um produto final com cada vez mais qualidade.
Para isso, é preciso montar uma reserva financeira para a atualização de maquinário e acompanhar os lançamentos da área. Um dono de uma banca de doces pode ficar de olho nas tendências e modismos para lançar produtos que estão sendo mais procurados no momento e surfar bem a onda. Na área de serviços, é sempre bom ouvir os clientes e ir se adequando às necessidades deles sem perder a essência do negócio.
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Este texto faz parte da missão do Nubank de lutar contra a complexidade do sistema financeiro para empoderar as pessoas – físicas e jurídicas. Com a conta PJ, queremos ajudar donos de pequenos negócios, empreendedores e autônomos a focarem no que realmente importa. Saiba mais.